Precisamos falar sobre a perda gestacional3 min de leitura

Precisamos falar sobre a perda gestacional3 min de leitura

Complexa, difícil, dilacerante e, muitas vezes, não validada pela sociedade: estamos falando sobre a perda gestacional.
O luto gestacional acontece na interrupção da gravidez antes das 20 semanas de gestação: quando o bebê não vem ao mundo por fatores genéticos, idade materna, entre outros motivos médicos diversos.

O QUE SERIA UMA CELEBRAÇÃO DA VIDA, TORNA-SE UM ENCONTRO NADA AMIGÁVEL – E REPENTINO – COM A MORTE.

Quando essa perda ocorre, diversos lutos se apresentam.
O luto pela morte do bebê.
O luto pelos sonhos e expectativas criadas.

Por mais que familiares, amigos próximos e pais estejam diretamente envolvidos e ligados a essa perda, ela pode ser muito mais difícil para quem gesta o filho dentro de si. Certamente, essa conexão é capaz de trazer dores e sentimentos mais intensos – só quem sentiu/sente sabe. E o corpo, que estava se transformando para receber o bebê também sofre, podendo deixar marcas não só emocionais, como físicas.

Não há palavras ou conselhos suficientes para reconfortar, mas precisamos falar mais abertamente sobre isso, para que saibamos respeitar, reconhecer e acolher esses lutos.
Quando tivermos que lidar com pessoas que passaram por essa perda, devemos estar mais atentos e ter mais compaixão: colocar-se no lugar do outro e não diminuir a sua dor.

Passe longe de frases como:
“Logo você engravida de novo.”
“Que bom que foi no início, assim você sofre menos.”
“Deus quis assim”.

Acolher é fundamental. Troque frases prontas e deveras ofensivas por:
“Sinto muito por isso. Se quiser, estou aqui para te ouvir.”
“Não consigo imaginar o quão doloroso está sendo. Te desejo dias melhores.”
“Espero que você fique bem.”

Não precisa de um discurso pronto ou de frases elaboradas: o importante é mostrar o seu carinho de forma genuína.

Culpa, isolamento e outros sentimentos negativos podem se manifestar: é esperado nesse tipo de situação. Ter uma rede de apoio fortalecida para esse momento se torna fundamental para encarar o processo de luto.
Assim como em outros tipos de luto, talvez a intervenção profissional possa ser um caminho saudável para que a vida possa ser reconstruída a partir desse evento tão difícil.

Cabe aos profissionais de saúde que acompanham a família agirem com mais sensibilidade e compaixão. Colocar-se no lugar do outro também faz parte de um roteiro médico que, muitas vezes, é tão burocrático.

Se você já passou por essa situação, sentimos muito, de verdade, pelas suas dores. Que seja possível seguir em frente com força, coragem e a compreensão de que o amor que se sente pela criança que não pode vir ao mundo é um sentimento seu e de mais ninguém. Não deixe que qualquer pessoa seja capaz de invalidar a sua perda.

Você pode ler mais nesse artigo extraído do 4 Estações Instituto de Psicologia: LEIA AQUI

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