O abandono das mulheres com câncer2 min de leitura

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Pelo menos 70% das mulheres com câncer de mama lidam com a rejeição e o abandono do parceiro. Os dados são da Sociedade Brasileira de Mastologia.

O câncer de mama é o terceiro de maior incidência entre as mulheres, ficando atrás apenas do de pele e o não-melanoma. Os dados são do Ministério da Saúde que aponta, ainda, que há uma previsão de 74 mil novos casos de câncer de mama previstos por ano até 2025.

Ainda vivemos em uma sociedade em que a mulher exerce o principal papel de cuidadora da família… mas e quando é ela quem adoece? Quem assume essa postura?

Conforme pesquisas realizadas pelas universidade de Stanford e Utah e pelo Centro de Pesquisa Seattle Cancer Care Alliance, as mulheres têm seis vezes mais risco de serem abandonadas pelo companheiro após a descoberta de uma doença grave.

Em primeiro lugar, como já falamos, o papel da mulher como cuidadora é uma construção social amparada, principalmente, nos preceitos do machismo e do patriarcado. É natural que, com o diagnóstico de uma doença grave como o câncer, a mulher se torne mais dependente do companheiro, principalmente pela fragilidade física (e também emocional) que surge com o tratamento e seus efeitos colaterais.

MAS NEM TODOS ESTÃO PREPARADOS PARA ENFRENTAR ESSA NOVA REALIDADE.

O sofrimento é inevitável: o corpo fica mais debilitado, uma nova rotina de exames, tratamentos e medicações se apresenta… muitas mulheres precisam abandonar seus empregos também. Há a questão da queda de cabelo (que tende a mexer muito com a autoestima) e até mesmo a retirada dos seios.

As consequências não são só físicas, como sociais e afetivas.

Nesse contexto difícil, muitos parceiros são incapazes de lidar com a situação e buscam a separação.

Entretanto, o suporte emocional é fundamental para uma boa recuperação das pacientes: a rede de apoio influencia em um bom prognóstico, seja vindo de um parceiro ou de familiares.

O abandono pode fragilizar ainda mais a mulher e impactar negativamente no tratamento.

Em um cenário ideal, a compreensão (e suporte) dos parceiros deveria ser o mínimo. Saber que este é um momento delicado auxiliaria a mulher a enfrentar os percalços da doença.

A químio ou a radioterapia mexe com toda a estrutura familiar, mas sentir-se acolhida e amada pode fazer com que a trajetória seja menos dolorosa e traumática.

Por isso, o apoio emocional é importante não só para a paciente, mas para seus familiares ou parceiros. Um psicólogo pode exercer esse papel auxiliando na reconstrução desse vínculo tão importante e necessário capaz de oferecer um enfrentamento mais leve. Além disso, amigos e familiares podem (e devem!) se organizar para formar uma rede de apoio sólida.

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