Ninguém quer morrer, as pessoas querem matar a dor4 min leitura

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Orientações para ajudar um possível suicida

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio no mundo por ano. No Brasil, entre 2014 e 2019, o aumento do número de suicidas no Brasil aumentou em 28%. Estudos também divulgaram que a pandemia do COVID-19 aumentou os fatores de risco ligados ao suicídio, como perda de emprego, isolamento social, transtornos mentais, questões econômicas, entre outros.

É mais do que momento de tocar nessa ferida, retirar a cortina da invisibilidade e trazer à luz esse assunto que ainda é tabu nas rodas de conversa.

Por isso, o CVV – Centro de Valorização da Vida criou a campanha Setembro Amarelo com o intuito de informar e conscientizar a população sobre o tema e, principalmente, mostrar que sim, há um longo caminho pela frente. O Setembro Amarelo vem como um apelo, um pedido de socorro em nome daqueles que estão em constante sofrimento ou já tiveram uma tentativa de suicídio.

E nada é por acaso.

O amarelo é uma cor que simboliza luz, calor, descontração, otimismo e alegria. Faz referência ao sol, ao verão, à prosperidade e à felicidade. É um feixe de luz e esperança para a vida de quem só enxerga a vida em preto e branco.

Em nossas Redes Sociais (segue a gente lá no Instagram: @infinito.etc), o suicídio é assunto recorrente, afinal, falar sobre isso ainda é a melhor forma de prevenção. Mas, para marcar o Setembro Amarelo, realizamos uma edição super especial do tradicional “Cineclube da Morte”, trazendo o filme “Uma longa queda” (2014) como tema da discussão com uma convidada super especial, a especialista em suicídio, Karina Fukumitsu, para conversar sobre a gente sobre o assunto.

Sinopse do filme (disponível para assistir no Prime Vídeo)

“Na noite de Ano Novo, quatro pessoas solitárias se encontram no topo de um prédio. Curiosamente, todos têm o mesmo plano: cometer suicídio. Diante da ironia da situação, eles se tornam amigos, e fazem um pacto: nenhum deles se matará até o Dia dos Namorados, em fevereiro. Nos meses que se seguem, os quatro acabam ajudando uns aos outros, formando, então, uma espécie de grupo de apoio.”

Na conversa que ocorreu após o filme, a psicóloga Karina deixou muito claro que o suicídio tem causas multifatoriais, ou seja, não existe um único motivo para que alguém morra dessa forma: é sobre um acúmulo de questões que, aos olhos dessa pessoa, não têm solução.

O suicídio também está ligado à ansiedade e depressão que, se não tratadas, podem sim, levar ao fim da vida de forma prematura.

Outro aspecto levantado pela psicóloga é a respeito da necessidade de ficarmos atentos aos sinais, tanto nossos, quanto dos que estão à nossa volta. É preciso saber identificar, acolher e encaminhar para um tratamento profissional. Veja alguns alertas:

  • Quando há pensamentos recorrentes sobre a morte
  • Confissões ou pensamentos sobre falta de esperança, culpa e visões negativas da vida e do futuro
  • Expressão de ideias e/ou de intenções suicidas, como: “Vou deixar você em paz.” “Só quero dormir”, etc.
  • Isolamento
  • Falta de interesse por atividades que gostava antes
  • Mudanças bruscas na rotina; deixar de tomar banho, escovar os dentes, entre outros

Outros fatores de risco:

  • Perda de emprego
  • Crises políticas e econômicas
  • Discriminação sexual ou de gênero
  • Agressões físicas e/ou psicológicas
  • Conflitos familiares
  • Perda de um ente querido
  • Doenças crônicas
  • Ausência de autocuidado

Diante dos alertas acima, é possível oferecer o apoio necessário para que o suicida saiba que existe uma forma de passar por tudo isso. Por isso, o tratamento com psicólogos e psiquiatras se torna indispensável nesses casos, a fim de auxiliar as pessoas a reconstruírem seus sentimentos, reorganizar “a casa” e dar espaço para a esperança e felicidade.

Este é um momento delicado e, em muitos casos, a escuta sincera e um abraço apertado é tudo que alguém precisa. Ao identificar os sinais e comportamentos, ouça sem julgamentos, conscientize e encaminhe a pessoa para o acompanhamento profissional.

Feito de maneira responsável, o acolhimento e o encaminhamento será capaz de encorajar mais pessoas a buscarem ajuda e oferecerem suporte para um suicida.

É possível transformar a vida de quem um dia pensou que ela não valia a pena.


Mais sobre o CVV:

O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Clique aqui e acesse ao site ou ligue 188.

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