“Meninos não choram.”
“Você precisa ser forte.”
“Ele tá bem, quem está sofrendo mesmo é ela.”
Você provavelmente já escutou algumas dessas frases em diferentes situações ao longo da vida, não é (sejam direcionadas para você ou para outra pessoa)? Elas são usadas para sinalizar algo que está enraizado e é muito problemático em nossa sociedade: desde criança, os homens são ensinados a sufocar seus sentimentos.
Esses pensamentos trazem a ideia de que, para ser considerado “homem de verdade”, é preciso agir de maneira fria, sem emoção e com muita racionalidade. Afinal de contas, o papel masculino nas relações sociais é visto como aquele que resolve os problemas; o espaço da emoção é reservado para as mulheres.
VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU POR QUE ISSO ACONTECE?
JÁ SE QUESTIONOU QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS QUE ESSA CULTURA DA MASCULINIDADE TÓXICA PROVOCA?
Muitas vezes, a masculinidade é tão forte que faz com que muitos homens sigam a vida sem se aprofundar nesse questionamento sobre seus anseios. Se você quiser se aprofundar um pouco no tema, escute esse episódio especial no nosso podcast com o tema “Masculinidade Tóxica”:
Quando o homem é privado ou se priva do sentir e demonstrar a sua vulnerabilidade, se coloca em um lugar escuro, sufocante, solitário e muito doloroso. Principalmente quando estamos falando sobre as dores da perda.
O luto é um processo e acontece de maneiras diferentes para cada pessoa, porém, é extremamente doloroso e marca uma ruptura e uma transformação importante da vida. Somos transformados por esse acontecimento. Mas, ao longo da existência e ao sentir as dores do luto, aprendemos a viver essa nova realidade.
Quando o homem não tem espaço para viver essa dor da perda por achar que precisa se manter forte ou sentir que não pode ser vulnerável, passa o resto da vida reprimindo sentimentos e vontades.
Como sociedade, precisamos entender a importância da vulnerabilidade e como é fundamental olhar para as nossas dores. Essa transformação acontece quando:
- Ensinamos as nossas crianças que está tudo bem chorar e ser vulnerável
- Abrimos espaço para que o homem se sinta confortável em viver o luto da maneira que ele quiser
- Entendemos que o silêncio de um homem pode ser sua própria maneira de enfrentar o luto
- Oferecemos suporte e nos mostramos abertos a acolhê-los perante a dor
- Damos espaço para que eles manifestem sua dor no tempo que acharem necessário
Não tem problema sentir, dizer que não está bem, precisar de ajuda e não saber o que fazer o tempo todo. Isso não é função sua!
Se você quer ver um exemplo de como a morte se relaciona com a dor masculina, assista à produção “After Life” da Netflix, a série conta a jornada de um homem que foi transformado pela dor da viuvez.
Confira também o Projeto “Luto Do Homem” desenvolvido por Daniel de Carvalho (parceiro do inFINITO), foi criado para acolher e legitimar o luto masculino.
Este artigo foi inspirado pela conversa “O luto do homem” do podcast “Sobre Viver e Morrer”.
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