Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre a cerimônia com Ayahuasca, onde é bebido um chá de tradição indígena sul-americana que tem por objetivo levar o indivíduo a estados alterados de consciência.
Apesar de ser um assunto bastante controverso, os estudos médicos e científicos indicam que as propriedades deste chá, assim como a psilocibina encontrada em cogumelos, têm a capacidade de aliviar sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós- traumático. Além disso, resultados mais recentes de pesquisas indicam redução de dores, melhora no sono, relações mais próximas e honestas, diminuição do medo da morte e maior bem-estar espiritual.
O CHÁ É FEITO COM UMA MISTURA DE CIPÓ DE MARIRI E FOLHAS DE CHACRONA, SENDO UMA RECEITA ANCESTRAL UTILIZADA POR MAIS DE 70 ETNIAS INDÍGENAS, PRINCIPALMENTE NA REGIÃO DOS ANDES E DA FLORESTA AMAZÔNICA.

Mas seu uso não é bem assim: há uma série de burocracias envolvidas, sempre em respeito à saúde das pessoas. O uso religioso do chá foi regularizado no Brasil desde 2010 após uma série de pesquisas e instruções: ou seja, de forma alguma ele tem um propósito recreacional e sim, está ligado ao contexto da fé e da cura.
Cada pessoa tem uma experiência diferente ao ingerir o chá, o que pode, inclusive, trazer certo mal-estar físico que deve ser avisado pelos coordenadores dos ritos.
O que muitos não sabem é que substâncias com o chá de Ayahuasca são extremamente benéficas para pacientes com doenças graves, provocando o interesse em vários campos da Medicina – como os Cuidados Paliativos.
Por exemplo, em casos de pacientes com câncer, eles podem participar do ritual e adequá-lo ao tratamento medicamentoso, evitando o sofrimento decorrente do próprio tratamento (como a quimioterapia) e dos efeitos colaterais. Os estudos ainda indicam que o alívio decorrente do chá também diz respeito à libertação de emoções reprimidas e histórias pessoais que podem estar contribuindo de forma negativa para o enfrentamento da doença.
ACEITAÇÃO, ENTREGA, RESSIGNIFICAÇÃO DA DOENÇA, PERDA DO MEDO DA MORTE E BEM-ESTAR ESPIRITUAL TAMBÉM ESTÃO ENTRE OS BENEFÍCIOS RELATADOS POR ESTUDIOSOS EM PACIENTES COM DOENÇAS GRAVES.
Ficou curioso ou curiosa para entender mais sobre o assunto?
Ele será tema de uma conversa com o convidado internacional Fernando Espí Forcen: “Uso de psicodélicos em cuidados de fim de vida- um dos assuntos mais inovadores no mundo hoje”.
Selecionado como um dos melhores médicos psiquiatras em 2022 pela Boston Magazine, Fernando trabalha principalmente no Massachusetts General Hospital e leciona na Harvard Medical School.

“Racismo estrutural e seu impacto na vida de pacientes” também é tema de conversa com a convidada internacional Bridgette Hempstead.
Ela é fundadora e CEO da Cierra Sisters, uma organização afro-americana de câncer de mama que fornece apoio, educação e advocacia exclusivamente para questões de saúde e mama das mulheres negras.
