Como assumir o protagonismo no tratamento de doenças terminais?4 min de leitura

Como assumir o protagonismo no tratamento de doenças terminais?4 min de leitura

Empoderamento de pacientes na finitude 

Quando se trata de um diagnóstico médico de uma doença crônica ou terminal, muitos pacientes ficam presos a certos pensamentos como: “Se meu médico falou, é o certo” ou “Meu médico não concorda com isso, preciso seguir o que ele diz.” Sim, o médico é o profissional responsável por indicar o melhor tratamento para cada patologia, mas, vale o questionamento: “Será que a equipe está levando em consideração todas as necessidades – não somente as físicas?”

Neste momento de vulnerabilidade, é preciso construir uma relação honesta, sensível e mútua, entre profissionais da saúde, pacientes e familiares. Médicos (e outros profissionais envolvidos), precisam levar em consideração o que é adequado para o bem-estar geral do paciente, fornecendo informação e tratamentos para o alívio das dores. Entretanto, portadores de doenças crônicas ou terminais devem ter voz ativa sobre o próprio tratamento.

“COMO EU QUERO SER CUIDADO? ESTOU DISPOSTO A REALIZAR TODOS OS TRATAMENTOS MÉDICOS QUE ME INDICARAM?”

O ato de cuidar vai muito além do que apenas a ciência pode oferecer. Ser cuidado significa ter acesso básico a informações, estar ciente do que está acontecendo em seu próprio corpo, poder tomar decisões ou indicar alguém de confiança que faça isso por você, ser tratado com respeito, dignidade e empatia.

Praticar cuidado multidisciplinar, principal princípio dos cuidados paliativos, é justamente oferecer ao paciente autonomia sobre a própria história, em todos os âmbitos possíveis: físicos, mentais e espirituais. É preciso olhar para cada extremidade a fim de promover uma vida mais saudável e equilibrada emocionalmente.

Quem recebeu um diagnóstico grave, está no fim da vida ou convive com uma doença crônica, pode assumir o papel de protagonismo ao:

💜Pesquisar informações sobre seu diagnóstico

💜 Buscar sempre estar em contato com o médico

💜Conversar com pessoas que já passaram por isso

💜Praticar a empatia com familiares, mas não ter medo de dizer o que quer

💜 Expor suas opiniões e dizer o que prefere sobre o próprio tratamento

💜Dizer quando não quere receber determinadas informações

💜 Pedir explicações quando uma decisão confusa for tomada

💜Dizer que precisa de ajuda de outros profissionais

Outra forma de estar à frente e ter certeza de que seus desejos e vontades serão realizados, é escrever um “Testamento Vital”, um documento que garante que os tratamentos que o paciente deseja ou não fazer sejam cumpridos quando estiver com uma doença ameaçadora de vida. Assista esta conversa que aconteceu no Sarau inFINITO para entender melhor: 

 Atualmente, muitos profissionais, cuidadores e instituições já estão praticando a mudança. Os pacientes estão, cada vez mais, indo em busca de informações e aplicando conhecimentos para obter um tratamento mais digno e autônomo. Atitudes assim melhoram a comunicação entre toda equipe, paciente e familiares, tornando o ambiente hospitalar mais humanizado.

Médicos e profissionais de saúde precisam entender que, nessas situações, há sim muitas dúvidas, dores, incertezas, medos, mas também há vontades. É preciso estar presente e abraçar a bagagem de sentimentos que surgem quando estamos lidando com uma vida, não importa o tempo que ela possui.

Dessa forma, pacientes deixam de viver como seres humanos passivos e se tornam ativos ao conduzirem as decisões relacionadas ao próprio corpo.

Achou esse texto interessante? Então ouça o episódio do “Podcast Conversas Sinceras Sobre Viver e Morrer” que originou este artigo:  

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