Reflexões e orientações sobre os lutos nesse percurso
O luto é uma montanha russa que envolve sentimentos contraditórios que podem, ou não, se apresentar de diferentes maneiras e intensidades em um mesmo momento. O “carrinho” da montanha russa hora está no alto, outra no baixo; uma hora é rápido e outra, bem devagar. Pode trazer dor, saudade, sofrimento, silêncio, ódio, amor, medo, solidão, raiva, coragem, suporte, conflitos, carinho, troca, intimidade, alegria, paz… tudo junto e ao mesmo tempo.
Todos nós já vivemos – ou iremos vivenciar um processo de luto (ou vários) ao longo da vida. É um processo muito complexo, mas tem um papel muito importante e significativo para nossa existência.

Quando falamos sobre pacientes que receberam o diagnóstico de uma doença grave, estamos lidando com uma pessoa que pode apresentar o luto nas suas mais diferentes formas. Sim, o luto. Mas é preciso que tenhamos em mente que o luto não é apenas sobre a morte física concreta, ele também se apresenta de maneiras simbólicas: é um processo de adaptação após o rompimento de um vínculo afetivo importante, seja ele material ou não.
Dessa forma, o paciente que convive (bem como familiares e pessoas queridas) com um diagnóstico começa a experenciar o luto a partir do momento que suspeita que possui uma doença. O medo e receio surgem e, com a confirmação, algo se rompe.
Quem a pessoa era antes desse momento não existe mais e, a partir disso, irão surgir inúmeros momentos em que algo irá morrer durante a trajetória de seu tratamento, inclusive da sua própria rotina.
Mas, como você, que é familiar ou amigo, pode auxiliar seu ente querido durante esse processo? Como validar suas dores e nos mostrar solidários com tantos sentimentos?
Veja o que é possível fazer:
💜Não tentar consertar a dor; não existe conserto para o luto
💜Evitar minimizar seu o sofrimento
💜Estar disponível para ouvir e acolher
💜Não ditar o que a outra pessoa deve fazer
💜Validar seus sentimos e medos
💜Respeitar o que a pessoa deseja no momento
💜Não ser invasivo
💜Respeitar o que a pessoa está sentindo e como ela está vivendo seus lutos
Se você quer entender um pouco sobre a importância de não minimizar os lutos dos pacientes e de quem amamos, o livro escrito por Gabriela Casellato “Luto por perdas não legitimadas na atualidade” é um convite para que possamos entender e validar a dor do outro. Compre o livro AQUI.
A chave deste assunto é sobre validar as dores do outro, fornecendo espaço para que os sentimentos sejam vividos, sem atropelar ou forçar que eles sejam sentidos. Mostre-se disponível e deixe claro que, se necessário, você estará ali para o que for preciso.
Como alguém próximo, é importante que você também cuide das suas dores e de sua saúde mental para poder oferecer a força e o cuidado que o ente querido necessita.
Para saber mais sobre o assunto, ouça ao episódio #21 do Podcast Sobre Viver e Morrer: “Rituais de Despedida e Teoria do Apego”. Clique AQUI para ouvir.