Aprendizados da 5ª Semana do Luto – Aprendendo com histórias reais5 min de leitura

Aprendizados da 5ª Semana do Luto – Aprendendo com histórias reais5 min de leitura

Nos dias 28 a 30 de março, tivemos o nosso primeiro evento gratuito do ano, a 5ª Semana do Luto – Aprendendo com histórias reais, que aconteceu em parceria com o 4 Estações Instituto de Psicologia.

Nesses três dias de evento, tivemos a oportunidade de ouvir histórias reais de pessoas enlutadas falando sobre suas dores e experiências e, em cada encontro, contamos com o suporte das profissionais especialistas em luto que abordaram as questões apresentadas de forma mais técnica.

Luto por acidente, Luto antecipatório e Luto no momento do parto foram os temas abordados nesta edição da Semana do Luto.

Ao final de cada conversa, perguntamos aos enlutados algumas questões, onde uma delas era sobre o que mais ajudou e/ou ainda ajuda no processo de luto. E, mesmo expressando-se de diferentes formas, todos mencionaram a importância da rede de apoio de familiares e amigos.

SER UMA REDE DE APOIO A PESSOA ENLUTADA É, ACIMA DE TUDO, ABRIR ESPAÇO PARA QUE ELA FALE SOBRE SEUS SENTIMENTOS E EXPRESSE SUAS DORES.

Ser parte da rede de apoio de alguém só será possível se estivermos disponíveis a ouvir sem julgamentos.

Outro aspecto comum entre as conversas foi que as pessoas enlutadas já não se consideram mais as mesmas que eram antes de experienciarem seus lutos.

Segundo a psicóloga Valéria Tinoco, que esteve presente na conversa Luto por Acidente:

“NO PROCESSO DE LUTO PODE HAVER RECONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE, RELAÇÕES E SIGNIFICADOS. ESSES PROCESSOS TRANSFORMAM AS PESSOAS.”

Em sua fala, Valéria Tinoco ainda ressalta que viver por si só já é um ato de coragem – independente de passarmos por uma perda ou não. Entretanto, quando há uma perda em jogo, essa coragem se torna ainda maior. Afinal, precisamos nos adaptar a viver sem a pessoa amada – e essa adaptação nos obriga a passarmos pela experiência de vivermos em um mundo sem esta presença.

E, seguir em frente, não significa que a dor diminuiu ou que paramos de sofrer. A dor e a saudade talvez nos acompanhem pelo resto da vida.

Especificamente sobre o Luto por Acidente, Valéria traz que ele pode ser ainda mais intenso do que os outros tipos de luto por haver a crença de que “aquela morte não deveria ter acontecido”. Essa sensação traz elementos muito complexos como a raiva, a busca por um culpado…

Mariana Sarkis foi a psicóloga que participou da live Luto Antecipatório. Este luto, por sua vez, acontece antes que, de fato, o rompimento do vínculo aconteça. Embora a terminologia seja aberta para as diversas perdas, nota-se que ele ocorre, principalmente, no caso de doenças graves, crônicas e ameaçadoras à vida.

Cada um de nós se relaciona com o mundo de uma forma e quando acontece o processo de adoecimento, coloca em xeque toda essa nossa relação com o mundo e nos tira a capacidade de fazer planos.

Mas, ao mesmo tempo, o luto antecipatório permite que a pessoa que está doente e seus familiares possam absorver a situação de forma gradual, se adaptando a uma nova realidade que vem sendo apresentada: ou seja, há o pesar e a reconstrução para que se desenvolvam estratégias de enfrentamento deste luto.

“A possibilidade de perder alguém que você ama é complexa. Mas ainda é mais chocante quando essa perda acontece em um momento impregnado de vida.”

Gabriela Casellato

A psicóloga Gabriela Casellato deixa claro que não pode existir um julgamento a respeito de qual dor da perda é mais difícil. A pior dor que a gente pode viver é aquela que já estamos vivendo.

Ela analisou a conversa sobre os lutos no momento do parto onde uma das convidadas (Clarissa) perdeu o Martin com 40 semanas de gestação e o Jorge perdeu a esposa Gleici no momento do parto do segundo filho. Enquanto a Clarissa pode vivenciar todo o processo de despedida do filho – que foi muito necessário para a elaboração do seu luto, o Jorge precisou sobreviver rapidamente para cuidar das crianças.

Ambos passaram por perdas onde projetos e sonhos morreram com suas pessoas amadas: mas, ao mesmo tempo, foi sendo criado um espaço onde irão se viver muitas coisas na ausência dessas pessoas. Neste contexto, há diversas camadas de perdas: a perda da presença física, do espaço em casa, de projeto, de sonhos…

MAS A VIDA PODE SEGUIR E SE REINVENTAR – O QUE NÃO QUER DIZER QUE O LUTO FICOU PARA TRÁS.

Reunimos uma série de conteúdos indispensáveis sobre como enfrentar os próprios lutos e ajudar pessoas enlutadas em um material produzido por nós e pelas psicólogas do 4 Estações Instituto de Psicologia após a nossa experiência com a 5ª Semana do Luto.

São mais de 40 páginas com artigos, depoimentos, gravações de lives, episódios de podcasts, reflexões e muito mais!

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